sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Poema em transição

Bueiro aberto em luz amarelada
E um boteco após a travessia
Garrafa aberta, mesa na calçada
E o papo flui em ode à alegria

Sorrisos falsos, sorrisos verdadeiros
Todos convivem em improvável harmonia
Quando se trata de beber direito
Todo bar é uma democracia

No entanto, chega sempre um momento
Em que – de fato – a noite cala
Não, não falo do fim da madrugada
Estou falando do fim de uma jornada

O papo flui, ninguém entende nada
Alguém se assusta com o abrir da padaria
Quando falo do calar da noite
Eu me refiro ao calor do dia

Pois horas e pessoas também passam
A esquina vira encruzilhada
A garrafa, parece, está quebrada

As mesas viram água ensaboada
A luz do sol ofusca a boemia
Mas nessa hora, já não interessa nada
Pois o bar reabrirá ao meio-dia

br-116://riobahia.nascimento.andre.luis.do:?22.11.08

2 comentários:

André D'Abô disse...

um poema maravilhosamente boêmio... me fez lembrar das nossas bebedeiras em niteroi... adorei.

Anônimo disse...

Excelentes imagens criadas. Vivas. Um grande beijo, Monique