domingo, 22 de novembro de 2009

Tempos e contratempos (II)

A imagem de Genevéve me deixava atordoado. Eu não entendi por que, mas ao olhar para aquela dama portando a cigarrilha, alheia a tudo, acabei também alheio. Acabei intrinsecamente concentrado no seu ato de fumar. Cada trago. Cada fumaça. Eu não sabia por quê, mas sabia que o fim daquilo não seria proveitoso.

A essa altura, o Sr. Schermondt já voltara a consciência e chamou por Genevéve. Foi o suficiente para que minha consciência também se restaurasse. O velho cansado entregou-lhe o bilhete com a reserva do hotel e aconselhou sua filha a descansar. Ele seria encaminhado para uma casa de saúde, mas certamente a encontraria depois.

O que eu não esperava é que, após a partida de Genevéve, o Sr. Schermondt me puxasse pelos braços para dizer "É seu dever tomar conta da minha filha. O que acontecer com ela será responsabilidade sua."

Aquela assertiva imediatamente me calou. Eu não conhecia aquele homem. Não conhecia aquela moça. Estava, no entanto, encantado com ambos, cada qual por uma razão diferente. De tal forma que não tive como dizer não. Em verdade, não disse nada. Foi o velho me conferir aquela ordem para que o enfermeiro me entregasse um cartão de visitas com seus dados e me desejasse bom trabalho.

Algo estava errado ali. Quanto mais o tempo passava, mais confuso tudo parecia e menos eu sabia. Naquele momento eu tinha duas coisas: um cartão de visitas do enfermeiro Stoiltzer e o endereço do Hotel Excelsior. Genevéve estava já vários passos à minha frente e eu precisava alcançá-la. Confesso que alcançá-la era pra mim muito mais importante que entender o que estava acontecendo.

sábado, 7 de novembro de 2009

Sim, eu fui do Comitê Mirim do PDT

Pouca gente fora do meio político sabe disso. Aliás, poucos fora do meio político e da minha família. Aliás, poucos fora do meio político, da minha família e dos amigos de infância e adolescência. OK, já tem gente suficiente sabendo disso. Ainda assim, vou falar um pouco do assunto.

Afinal de contas, trata-se de uma parte da minha vida que, quando eu menos percebi, começou a gerar uma repercussão que eu não estava acostumado. É esquisito. Mas é verdade.

Sempre me considerei uma pessoa reservada. Sei que muitos discordam (fazer o quê?), mas eu sou tímido pra cacete mesmo. Muito tímido. E reservado. Mas já que perguntaram tanto como é que eu vim parar aqui, e como hoje rolou assembléia estadual da juventude do PDT, decidi falar um pouco (muito, na verdade) sobre isso.

Em 1989, eu tinha 7 anos de idade e morava em Governador Valadares, Minas Gerais. Meus pais, daquela classe média politizada mas não militante, estavam empolgadíssimos com a retomada das eleições diretas. Minha mãe votaria para presidente pela primeira vez em sua vida. Eu achava aquilo tudo o máximo.

O voto no Leonel Brizola era um acordo entre ambos. Vivia-se o auge do brizolismo no Rio de Janeiro, onde meus pais viviam antes de se mudar para Minas. Lembro-me bem de uma cena: nós três caminhando pelo Centro quando nos deparamos com uma banca vendendo um monte de brindes do Brizola. Corri na direção dela e eu quis de tudo. Eu achava aquilo tudo o máximo.

Corte no tempo. Em 1992, já estava morando em Niterói, na casa do Pé Pequeno. Brizola, que não tinha se elegido presidente, era de novo governador do estado. Política pra mim era isso: informações dispersas que eu guardava e achava interessante. Minha tia Jussara, sempre que nos visitava, deixava claro que a elite do país não queria saber do Brizola. Eu achava isso uma grande injustiça.

Naquele ano, no entanto, algo muito importante estava para acontecer. Chegava perto das eleições e eu começava a ouvir alguns amigos do bairro comentando sobre um tal de comitê. Os pais desses amigos demonstravam alguma desconfiança daquilo tudo, mas incentivavam. Alguém chegou a me dizer: "ah, André, vai lá você também".

Num dia desses, fui convocado para uma reunião. Do alto do meus 10 anos de idade, tive a certeza de que se tratava de assunto importantíssimo. Fui para o tal encontro, quando as pessoas começavam a discutir como seria a organização daquele comitê. Quem liderava o processo era um garoto de 15 anos, que morava na casa que servia de sede do grupo. Seu nome era Felipe.

Discutimos juntos quem seria o presidente do comitê e o Felipe foi o escolhido. Não sei se era nepotismo, mas o seu irmão ficou como vice-presidente. Como secretária foi eleita uma menina, acho que foi a Maria Fernanda. De repente, eu me lembrava de 89. E eu achava aquilo tudo o máximo.

Discutimos quem iríamos apoiar pra vereador e tinham 3 candidatos: o Adyr, a Satiê e o Norival. O Norival era o único que morava no Pé Pequeno e, segundo ele, o comitê tinha que apoiar um candidato único e um candidato do bairro. Sei que teve uma votação, o Adyr foi o mais votado, mas o negócio não deu muito certo, pois as meninas faziam questão de apoiar a Satiê. No final das contas, o comitê decidiu que seria aberto a todos os candidatos. Mas ninguém quis fazer a campanha do Norival.

O comitê era pra mim uma diversão só. Passei a distribuir panfletos na rua, colocar jornais nas casas dos vizinhos, discutir com as pessoas sobre o assunto. Em geral, as pessoas achavam bonitinho. Outras ficavam estupefatas com esses políticos corruptos explorando as crianças. Eu não estava nem aí, só queria continuar.

Acho que eu era o mais novo do grupo. Quer dizer, tinha o Dudu também, mas ele tinha 4 anos e aí não contava. Minha família apoiava aquilo. Lembro de alguém questionando minha mãe por ela me deixar sair andando por aí com esses meninos. Um absurdo. Dona Cecília sempre desabafava:

- O André é assim mesmo. Além do mais, é melhor ele se divertir com uma coisa útil do que ficar por aí fazendo coisa inútil.

Era o meu passe-livre. Teve um fim-de-semana que as crianças do Comitê Mirim do Pé Pequeno fizeram uma viagem a Macuco para ajudar outras crianças de lá a organizar um comitê também. Eram primos do Felipe, pra variar. E apoiavam o candidato a prefeito do PDT.

Depois daquela eleição, tomei gosto. No ano seguinte, pensei em fazer parte do grêmio da escola, mas não tive coragem. Em 94, no entanto, lá estava eu de novo todo interessado no comitê mirim. Naquele ano, acho que de mirim mesmo só tinha eu e minha sobrinha Lívia, um ano mais nova. Mas em compensação era o ano em que eu finalmente faria campanha pro Brizola pra presidente. Minha mãe continuou cheia de orgulho, mas o meu pai já não achava isso tão legal: decepcionado com o governo dele, decidiu votar no Fernando Henrique.

Em 1996, eleições municipais, e eu também deixava de ser mirim. O Felipe já tinha 19 anos, era da juventude do PDT. As outras ex-crianças já não estavam nem aí pra política. Eu ainda estava. Eu, Lívia, Joãozinho, Pedrinho e algumas outras crianças que faziam o comitê ainda ser considerado mirim. Foi o último ano em que isso aconteceu.

No ano seguinte, tomei coragem e procurei a turma do grêmio pra me envolver. Nessa época eu estudava no CEFET. A turma do grêmio não quis nada comigo, mas eu fiquei na minha. Foi só em 98 que entrei mesmo no movimento estudantil, como oposição ao novo grêmio. Naquele ano, ajudei a organizar a Juventude Declare Guerra e também me filiei ao PDT. A partir daí, vocês já conhecem a história.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Tempos e contratempos (I)

"O que está acontecendo?" Gritou Geneveve enquanto aguardava que eu lhe dissesse qualquer coisa. "Qualquer coisa", insistia. Qualquer coisa.

Eu não sabia que tipo de coisa poderia ser dita. Era uma situação muito delicada. O pai de Geneveve acabara de ser assassinado e eu só soube do acontecido por telefone. A pessoa que me comunicou o fato ainda pediu: "Não conte nada a Geneveve. Pelo menos até a poeira baixar."

"O que está acontecendo?" insistia Geneveve. Eu permanecia imóvel.

É importante voltar no tempo brevemente. Duas semanas atrás, eu estava num trem a caminho de Dusseldorf. Planejava encontrar Olga e Cecília, que não via desde a adolescência. No meio do caminho, no entanto, um desastre aconteceu. O trem descarrilhou nas proximidades de Hamm, levando consigo a maior parte dos carros. O Sr. Schermondt, com os seus 82 anos, não parecia disposto a ceder facilmente. Demonstrando uma energia impensável para alguém de sua idade, ajudou uma dezena de passageiros a saírem do vagão em que estávamos, pouco antes do fogo tomar conta de tudo.

Ao perceber o que acabara de acontecer, os passageiros ficaram perplexos. Menos por conta do incêndio que consumia seus pertences e muito mais por conta daquele velho exausto, que tossia ferozmente após um esforço que não seria capaz de repetir. Como se o corpo finalmente percebesse que não era capaz de todo aquele movimento, o Sr. Schermondt desabou ao chão, onde foi acolhido por um enfermeiro que corria em nossa direção.

A cena toda foi um espetáculo comovente. Naquele momento, apenas uma pessoa ficava à parte do furdunço: Genevéve havia se afastado do grupo e degustava uma cigarrilha com uma tranquilidade inesperada para quem acabara de passar por uma experiência de quase morte. Eu ainda não sabia, mas aquele era o seu estilo.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Saúde pública

Lúcio era corretor de imóveis. Quer dizer, ele se dizia corretor de imóveis. Dizer, no entanto, para ele, era algo que não necessariamente correspondia à vida prática. Por exemplo, esta situação. O Lúcio de fato possuía carteira profissional de corretor e cadastro numa imobiliária da cidade, o que o qualificava como corretor de imóveis. Seu irmão Marcos, no entanto, insistia que ele só poderia ser considerado corretor caso vendesse ou alugasse algum imóvel, o que Lúcio decerto não fazia.

Haviam diversas razões para isso. Uma delas é que Lúcio não precisava. Afinal de contas, morava com os pais. Além disso, todo início de mês a mãe depositava em sua conta uma quantia suficiente para os gastos emergenciais. As outras despesas resolvia com o cartão de crédito do pai.

Lúcio passava o tempo a bater papo. E, batendo papo, tornou-se autor de teses muito famosas na cidade. Uma dessas teses dizia respeito à saúde pública. Para Lúcio, saúde pública só deveria existir para os ricos. Os pobres deveriam arcar com os custos dos seus tratamentos.

- É simples. Se você tivesse que emprestar dinheiro para alguém, quem você preferiria? O cara que vai te pagar parcelas mensais durante toda a vida ou aquele que vai ficar todo mês te pedindo dinheiro?

As teses do Lúcio começavam com um ar complexo, quase indecifrável, mas sempre curioso.

- De um lado você tem o cara que paga imposto todo mês e dá dinheiro pro governo. Do outro você tem o cara que não paga imposto e vive precisando do governo pra tudo. Pro governo, é melhor que esse cara morra, porque aí dá menos prejuízo.

E essas teses concluíam sempre a deixar o interlocutor confuso.

- Você diz isso porque está bêbado ou porque é um idiota?

O complicado é que em diversas ocasiões o Lúcio acabava encontrando alguém que concordava com suas teses. Surgiam dali sempre grandes movimentos reivindicatórios que concluíam seus trabalhos na ressaca do dia seguinte. Outras vezes, suas opiniões geravam polêmicas quase sem fim.

- Pro governo não é melhor o cara morrer não! Até porque quem sustenta ele é o outro, que paga imposto! O governo só mantém o cara vivo pra ele continuar elegendo os políticos mais safados que existem aí!

Uma vez, sentou na mesa um anarquista, que, horrorizado, jogou na cara do Lúcio: - O governo sustenta o cara vivo pra ele poder trabalhar quase de graça pra quem tem grana! O governo só existe pra sustentar quem tem grana, Lúcio!

Mas o Lúcio, graças a Deus, não é bobo de cair em papo de anarquista.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Notas de um dia produtivo

A lista de tarefas explode. Universidade não combina com trabalho. Saúde Pública não combina com Bolsa de Valores. Projetos não combinam com preguiça. Mas ansiedade combina com bagunça de um jeito bem bacana.

Minha mesa no trabalho é um acúmulo de ex-árvores: contatos realizados em papeizinhos e cartões de visita; memorandos e ofícios com informações importantíssimas; reuniões e encontros que em breve estarão na agenda; textos que não posso ler na tela do monitor; jornais; emails; revistas; recados.

O debate do dia 16 está de pé. Um dia depois, embarco para Curitiba. À medida que as férias se aproximam, parece que o trabalho fica cada vez mais caótico. Acho que fui bem na prova de ontem, mas a falta de sono está me deixando em pânico.

Tem que fazer o trabalho do briefing. Confirmar a doação dos medicamentos recebidos. E tem que estudar política pública anti-tabagismo. Aliás, alguém sabe o que deu em Honduras?

Sei não. As pílulas parecem uma opção interessante, mas acho que ainda fico com os incensos.

Ah, sim, agora eu tenho twitter: http://twitter.com/nascimentoandre.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Das bocas unidas

E inda das bocas unidas resta-se o espanto,
li-nos
E inda das bocas unidas resta-se a estranheza,
E inda das bocas unidas resta-se o silêncio
após o beijo...
E inda das bocas unidas resta-se a história,
E inda das bocas unidas resta-se o passado,
E inda das bocas unidas resta-se um elo...
E inda das bocas...
resta-se os lábios,
hoje secos.

Não mais nessas bocas vejo reticências...
Sobram-se pequenos desentendimentos,
Sobram-se curtos contra-argumentos,
Sobram-se agora os ois e tchaus,
se restam...

Deus, que triste adeus...
Quisera eu que essas (belas) bocas unidas
Continuassem a beijar-se eternamente...

Mas inda das bocas unidas resta-se os olhos,
Que se abrem após o beijo e se cruzam,
Numa calma despedida quase brusca,
Mas se fecham, tentando despistar.

icarai, fevereiro, 1999, inspirado na obra do poetinha

domingo, 10 de maio de 2009

Pedro e Maria - Como comer porcarias

O Pedro tem uma mania esquisita: todo dia ele faz questão de cozinhar a comida que irá comer. Maria, coitada, não se cansa de tentar fazê-lo mudar de idéia, mas é sempre em vão. Para o Pedro, refeições precisam ser saudáveis.

– Vamos almoçar? Quero um BigBurgão Duplo!

– Pode ser, o que você tem de comida na sua casa?

– Não sei, mas eu não quero comida. Eu disse que quero um BigBurgão Duplo.

– É, Maria, mas isso não faz bem, né?

– É, Pedro, mas e daí?

Basta o assunto vir à tona que as brigas começam em seguida. A Maria não entende como o Pedro pode ser tão displicente com a sua preguiça.

– Você já parou pra pensar quanto tempo você gasta pra fazer comida?

– Pois é, mas eu não consigo fazer de outro jeito.

– Sério: você perde uma hora fazendo compras e até duas horas cozinhando. Isso pode chegar a três horas num só dia. Isso não faz o menor sentido!

Quando a Maria está naqueles dias, o problema se agrava ainda mais.

– Poxa, Pedro! Tudo o que eu queria era um hambúrguer! Você não me dá atenção nunca!

Mas o Pedro também não é daquelas pessoas mais fáceis de se lidar não. Quando ele pega a panela de jeito, não há quem tire da mão dele.

– Sai daqui, Maria! Ou eu acabo de fazer esse creme de maçã ou acabo com você!

Diante de todo esse radicalismo, muita gente aposta que os dois vão acabar brigando de vez. Eu, sinceramente, acho que não. Até por conta de outras situações que também acontecem.

– Ai, Pedrinho, só você pra fazer um creme tão gostoso!

terça-feira, 5 de maio de 2009

Choque de vida

Remexendo coisas antigas, jogando papéis fora. Algumas coisas precisam ser guardadas. Na minha estranha cabeça, eventos recentes e antigos ficam todos amontoados, meio sem meio, meio sem fundo, meio assim sabe?

Pois é. Eu também não sei. Da mesma forma que a minha cabeça fica assim, minhas coisas seguem o mesmo padrão. O tíquete cortado do metrô que era pra entregar no ônibus está junto com um extrato do banco de 2001. Entre ambos, um rabisco com 3 versos que talvez pudessem se transformar num poema: "Vejo-te longe do meu lugar / quero-te perto / como (?)"

Ok, são dois versos e meio, mas isso não interferirá em nosso assunto.

Sempre jogava as coisas em qualquer lugar. Depois não procurava. Guardava porque era importante e não mexia porque não era relevante, ou urgente. Urgente era a nova idéia, a nova etapa, a nova moda, o novo anseio, o novo sonho, o novo surto (por que não?), ou qualquer coisa que ainda não tivesse me enjoado.

Algumas destas coisas duravam um bom tempo em cima da estante - que é onde fica a bagunça do momento. O tempo que elas duravam ali não era pré-estabelecido; dependia da sua importância para mim naquele momento. Invariavelmente, mais cedo ou mais tarde, era guardado. Daí que faz sentido ver um recibo de táxi de 2003 junto a um poema de 1999. A falta de critério impera.

Mas o motivo de eu estar escrevendo não diz respeito ao coletivo das coisas perdidas. Diz respeito a um papel específico, uma carta, da qual recortei alguns pedaços:

"André, já que você fala tanto que gosta de escrever, eu acabei ficando com vontade também. (...) Tava pensando (pra variar) na diferença entre prosa e poesia. A vida de um poeta é uma moderna poesia: sem métrica, sem limites, sem regras. A poesia é o grito da alma. Nela (como no teatro) você vive o que quiser, sem precisar reprimir ou conter nada, o sentimento apenas flui. Pena que o mundo nos queira com prosa. Mas aí, a gente finge que não vê e se faz de prosa pra escrever poesia.

"Não entendo como você, sendo poeta, consegue se encucar tanto com a vida. Desencana que a vida é bela, e é pra ser vivida. Não adianta tentar programar e entender a vida como algo racional. É tão bom quando algo de inesperado acontece, são esses momentos que fazem a vida ficar mais gostosa. Pense muito, escreva bastante, mas antes de tudo viva. Sem medo de ser feliz. Sem medo do inesperado. A vida é a maior de todas as escolas."

Pois é, o que é que eu poderia dizer depois de ler isso? De cara, houve um silêncio. Depois, alguns palavrões. Foram necessários 10 anos pra entender o que estava escrito nessa carta. E a carta aparece logo agora nesse período em que a Monique me sacaneia por não estar postando no blog. Relê-la foi de fato fantástico. Mexeu com os brios. [acrescente-se música de triunfo incidental] Amigos, eu juro: jamais passarei quatro meses sem postar novamente! [fade out, a música triunfal celebra o momento]

Em viagem

Às vezes, viajando de um lugar para outro,
Deixamos para trás pessoas queridas

Se a proximidade é breve
E a distância, longa
A despedida quase sempre ganha ares de adeus

A saudade é decorrência da partida
Mas, no entanto, ela nunca parte
Ela não se parte
E permanece inteira dando a cada palavra dita
Um peso e uma força que não se ousa pensar.

Os que ficam se reúnem,
Se abraçam,
E vêem longe
O horizonte consumir aquele que os deixa

Se a lágrima cai, é consequência
Do contrário, ela se guardaria e se protegeria num coração endurecido
Ansiando o instante de um novo encontro 
Para então se libertar num abraço afetuoso

goval://bnhsaopedro.nascimento.andre.luis.do/25.12.2008

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Força de vontade

Eu não vou completar quatro meses sem postar no blog.